quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Queria ter ido no teu lugar


quis ir contigo naquele dia
quis ser egoísta a ponto de não olhar pra trás
quis poder falar que não pertenço a esse mundo
quis pensar que perderia algo se fosse
quis sentir medo, dor, raiva
quis te senti denovo
não te senti naquele dia, nem no outro e nem no próximo ..
Não vou te senti nunca mais
e isso corrói e queima por dentro
é desesperador você ter simplesmente desaparecido da fase da Terra
simples. um dia você estava e no outro não estava mais
e a ultima vez que te vi já não podia
você estava sob  a terra coberto por uma casca marrom e brilhante
fechei os olhos e me senti sem ar
você estava sem ar , você ia ficar sem ar ali embaixo
tinha terra sobre você, em todos os lugares
e todos os dias quando acordo 
sei que ela te engoliu mais 
e mais
que  tem te comido lentamente
e que já não sobra quase nada
e eu choro, choro por não poder mais ver ter olhos
e dói
hoje doí
doí tanto que é quase físico
e vai doer pra sempre, em cada segundo dói
quando olho vejo que não deveria ter confiado tanto em alguém 
 tenho raiva de ter precisado daqueles dedos entre os meus
quando olho me vejo de mãos dadas com as minhas próprias mãos
quando olho me vejo segurando a dor da minha mãe
quando olho pra trás não vejo ninguém comigo naquele momento
quando olho pra frente não vejo ninguém pra me dar a mão
ninguém se importa com a sua dor 
ninguém se importa com o câncer do vizinho
as pessoas fazem com que você se torne um “ninguém”
e é assim que eu me sinto agora
alguma coisa indefinida com pernas, coração e dor
e aí eu vejo que ao mesmo tempo que  sinto tanto já não sinto nada
não faz sentido, não tem mais um “porque”
e tudo tem sido só uma questão de gasto de energia e espaço 
tem sido só isso à 4 meses

por isso é eu digo que
queria ter ido naquele dia
queria ter ido no teu lugar
queria ter ido contigo

Aqui tem




A virtude de ser viciada em vc
O encontro que me fez ser nova criatura 
Os sentimentos redescobertos por mim, através do seu ver;

A sutileza afetuosa do teu toque
Os teus dedos tocando a ponta dos meus
A resistência ineficiente a tal intimidade
 A desistência de não te dar oque já é teu;

O pulsar quase imperceptível da tua jugular
 O fluxo acelerado de sangue em suas veias
A dormência repentina que chega ao meu lábio, ao tocar
O canto inferior da sua boca, á direita;

O meu gosto, que te dou de gota a gota
Você o sorve sem repulsa da ponta de minha língua
O céu de minha boca é testemunha
Do paraíso de saber que está entregue. Que é minha;

Minhas mãos nos teus pelos arrepiados
Minhas pernas entre as tuas
 Sua respiração ofegante no meu ouvido
O meu despudor ao gemer, com suas mãos em minhas texturas;

O abraço caloroso e vibrante
 A sensibilidade na ponta de seus seios
 A abertura tremula e pulsante entre minhas coxas
Em teu musculo molhado, que imploro e anseio;

A abertura estreita e úmida do teu meio
 Se abrindo pra mim, por  própria vontade
A sede de beber –te por inteiro
Sem modesta, pudor ou castidade;

O desfrute que nos toma por inteiro
Saber que te dei o meu melhor, com satisfação
 Aqui tem feição, entrega e amor
Aqui tem tudo que posso te oferecer

 Aqui tem meu coração.